Impossível compreender o outro quando entramos logo no modo de julgamento.
A pessoa mal começou a contar sobre as coisas que não deram certo para ela e eu já faço meu diagnóstico – é mesmo incompetente.
A amiga comenta que o marido está tendo um caso – deve ser porque não encontra carinho em casa.
O outro me conta que foi demitido – deve ser um relaxado, preguiçoso.
O desconhecido briga com a caixa no supermercado – deve ser um infeliz, apanha da mulher.
Esse ímpeto para sair julgando e condenando a torto e a direito é um mal em si mesmo.
Isso tem a ver com a prepotência, tão nocivo para o ser humano.
Quanto mais eu olho os indivíduos como se estivesse no alto, por cima
do meu salto alto, mais baixo eu fico na escala real, mais me igualo
aos desprezíveis e infelizes.
Mas tem jeito, e é muito simples.
Um exercício diário, um pequeno passo de cada vez vai te livrar desse péssimo costume.
Quando você perceber que vai sair julgando o próximo, a outra pessoa, desligue imediatamente o interruptor.
Pare de julgar.
Desvie sua atenção para outra coisa.
Se estiver na fila do supermercado, volte sua atenção para o próprio
carrinho de compras e saia conferindo se comprou tudo que tinha que
comprar.
Se estiver na fila do banco, revire as suas contas para ver se tem alguma atrasada.
Se a situação for especial – uma amiga confidenciando algo desagradável, aí fica difícil desviar a atenção.
A estratégia é outra.
Faça algumas perguntas sobre o incidente – demonstre atenção.
Procure compreender muito bem o que aconteceu com ela, pergunte como ela está se sentido, e como você pode ajudar.
Não saia de cara sugerindo algumas providências – isso também é prepotência.
Na maioria das vezes, apenas ouvir e compreender, é o melhor que podemos fazer.
Começando com pequenos passos, podemos nos livrar desse defeito de caráter – um dia de cada vez.
Beco
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